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Se as coisas fossem perfeitas
Não existiria lições de vida
Não haveria arrependimentos
E nem descobertas...
Se tudo fosse perfeito
Mãos não se uniriam
E sonhos não seriam valorizados.
Se tudo fosse perfeito
Olhares não se completariam
E gestos passavam despercebidos.
Se tudo fosse perfeito
As lágrimas não existiriam
As palavras seriam perfeitas...
Se tudo fosse perfeito
Eu pularia no abismo
Sem medo da morte
Pois asas eu ganharia...
Se tudo fosse perfeito
Eu atravessaria o oceano
Sem medo de ser levada pelas ondas
Sem receios de me perder em suas profundezas.
Se tudo fosse perfeito
Dores não existiriam
E a cura não seria procurada...
Se tudo fosse perfeito
Não haveria a busca pela perfeição...
Nada é por acaso
Pois nem o destino
É Perfeito.
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Pus o meu sonho num navio
e o navio em cima do mar;
- depois, abri o mar com as mãos,
para o meu sonho naufragar
Minhas mãos ainda estão molhadas
do azul das ondas entreabertas,
e a cor que escorre de meus dedos
colore as areias desertas.
O vento vem vindo de longe,
a noite se curva de frio;
debaixo da água vai morrendo
meu sonho, dentro de um navio...
Chorarei quanto for preciso,
para fazer com que o mar cresça,
e o meu navio chegue ao fundo
e o meu sonho desapareça.
Depois, tudo estará perfeito;
praia lisa, águas ordenadas,
meus olhos secos como pedras
e as minhas duas mãos quebradas.
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(Minha adorada Cecília Meireles)
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"Não se acostume com o que não te faz feliz, revolte-se quando julgar necessário.
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas.
Se achar que precisa voltar, volte!
Se perceber que precisa seguir, siga!
Se estiver tudo errado, comece novamente.
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a.
Se perder um amor, não se perca!
Se achá-lo, segure-o!"
(trecho final de "Tudo tem seu lugar" - Fernando Pessoa)
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Na escura noite,
No arder das batidas de um coração,
Pálido, chorando as tristezas da vida
Pedindo ao tempo...
sonhando ao vento...
Uma lágrima a molhar a face
Um pedido preso nos olhos
Um grito que sufoca a alma
E a faz parar ... perdida...
Tentando buscar um lugar.
Tentando encontrar o teu olhar ...
20/07/2004
Mais um poema da Bri, de uma outra data, de um outro momento, porém, com o mesmo significado e com o mesmo sentimento presente. Talvez até, os mesmos personagens....
Bora lá! Ainda com saudade e penando pelo ‘silêncio”...
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Se me ponho a cismar em outras eras
em que ri e cantei, em que era q'rida,
Parece-me que foi noutras esferas,
Parece-me que foi numa outra vida...
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E a minha triste boca dolorida
Que dantes tinha o rir das Primaveras,
Esbate as linhas graves e severas
E cai num abandono de esquecida!
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E fico, pensativa, olhando o vago...
Toma a brandura plácida dum lago
O meu rosto de monja de marfim...
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E as lágrimas que choro, branca e calma,
Ninguém as vê brotar dentro da alma!
Ninguém as vê cair dentro de mim!
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FLORBELA ESPANCA
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Recebi esse poema por e-mail hoje. Acho que ele relata bem um realidade escondida, talvez, a minha, que muitas vezes não é reparada, não é conhecida...não é....
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Ai, bora lá! Peguei-me a refletir um monte de coisas agora. Que coisa!
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. CANÇÃO
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